terça-feira, 19 de agosto de 2008

Estudo aponta liderança de EUA e Brasil na produção de álcool até 2015

colaboração para a Folha Online

Os Estados Unidos e o Brasil se manterão na liderança na produção mundial de álcool até 2015, com o volume atingindo o patamar 56 bilhões e 50 bilhões de litros do produto, respectivamente. O estudo sobre álcool e biodiesel apresentado hoje no Conselho de Estudos Ambientais da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) foi produzido pelo economista da RC Consultores Fábio Silveira.

Segundo a pesquisa, a expansão da oferta norte-americana será sustentada, essencialmente, por incentivos fiscais, devido ao custo de produção é "pouco competitivo". No caso brasileiro, por sua vez, a produção "terá forte incremento em decorrência de suas nítidas vantagens comparativas --cadeia produtiva bastante integrada, elevada escala operacional, menor custo de produção, avançado domínio tecnológico no âmbito agrícola e industrial, disponibilidade de áreas para plantio, condições climáticas favoráveis".

Para Silveira, para o álcool ter um mercado internacional efetivo não basta o Brasil, atualmente o maior exportador, aumentar aceleradamente suas vendas externas no longo prazo, mas também incentivar a produção em diferentes regiões do mundo.

O economista afirma que o crescimento da produção de álcool de milho dos Estados Unidos será menor que o registrado nos últimos anos e, por conseqüência não terá excedente para a exportação. Ele afirma que o mercado americano irá aumentar a compra do álcool brasileiro, bem como acelerar o desenvolvimento do álcool celulósico --obtido através da celulose.

"Todo mundo que trabalha nessa área sabe que entre a produção de laboratório e a escala necessária para o mercado há uma distância terrível", afirmou o presidente do Conselho de Estudos Ambientais da Fecomercio-SP, José Goldemberg, que não acredita que os Estados Unidos tenham o álcool celulósico no curto prazo.

Biodiesel

Segundo Silveira, o país precisa de uma política clara sobre a produção de biodiesel --feito, principalmente, a partir da soja--, que hoje está em um bilhão de litros e deve triplicar de volume até 2015. O economista entende que a expansão do biodiesel não afetará a oferta de alimentos, pois o "país tem uma grande disponibilidade de terras, o que permite tanto aumentar o plantio de soja, como também para expandir as culturas de milho e de cana-de-açúcar".

Mercado brasileiro de etanol e biodiesel é tema de debate em São Paulo

Da Agência Brasil

São Paulo - As condições de oferta e demanda do etanol e do biodiesel e possíveis efeitos sobre a atividade comercial no Brasil serão debatidos hoje (19), a partir das 10h, em São Paulo, pelo Conselho de Estudos Ambientais da Fecomércio.

O economista Fabio Silveira apresentará na reunião estudo encomendado pela Fecomercio sobre o mercado brasileiro de etanol e biodiesel, suas taxas de crescimento, seus potenciais de consumo e conseqüências para o comércio até 2015.

Além do economista, participam do debate o presidente do Conselho de Relações Internacionais da Fecomercio, Mario Marconini, o presidente do Conselho de Estudos Ambientais da entidade, José Goldemberg, e o presidente do Instituto Acende Brasil, Claúdio Sales.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

ANP assinará resolução determinando que álcool combustível passe a se chamar etanol

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - Em atendimento a um pedido da União da Indústria de Cana-de-Açucar (Única), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai assinar nos próximos 15 dias uma resolução determinando que o álcool combustível comercializado no país passe a ser chamado de etanol.

A informação foi dada pelo superintendente de Abastecimento da ANP, Edson Silva. Ele justificou a decisão como uma evolução natural rumo ao mercado internacional.

"Nós evoluímos para isto mesmo. Se nós estamos tentando, em um esforço muito grande, padronizar a especificação do álcool no mundo inteiro – e este é um pleito em que trabalhamos fortemente com outros países –, quanto mais próximos da padronização nós tivermos, mais facilidade teremos para exportar o produto. É claro que a nomenclatura vai acompanhar a especificação”, Silva.
O assunto, admitiu ele, já está em estudo, em estágkio adiantado, na ANP, e é uma resposta ao pleito feito pela Unica para que a agência redefina a nomenclatura.

Silva adiantou que os postos deverão trocar o nome de álcool para etanol, nos mais de 36 mil pontos de vendas de todo o país, mas que terão "um tempo" para a adequação.

Sobre a possibilidade de que o consumidor venha a reagir à mudança, Silva foi claro: “O que vai determinar é o preço. O preço é cruel e contra ele não há argumento. Há ainda a campanha que os produtores de álcool vão fazer e que ajudarão na assimilação da mudança.”